Quando se fala em meio ambiente, o primeiro impulso é pensar em florestas e rios distante dos principais focos de população. Mas mais do que reservas de natureza nativa praticamente intocadas, o meio ambiente também diz respeito à vida nas cidades. Sobretudo se lembrarmos que elas não são, necessariamente, um mar de concreto. Mananciais, pedaços de mata e vida silvestre se misturam no perímetro urbano. Mesmo em uma megalópole como São Paulo.

Ar, água, poluição sonora e princípios de sustentabilidade são cada vez mais levados em conta na hora de se pensar a dinâmica urbana. Aqui no Brasil, o Ministério do Meio Ambiente lançou os preceitos para a qualidade do meio ambiente urbano, com o manejo sustentável de recursos naturais e de resíduos. Entenda cada um deles e como o meio ambiente da sua cidade pode ser melhorado.

Águas na cidade: O manejo da água contempla quatro pontos básicos: controle de inundações, mananciais, orla fluvial e parques fluviais. A drenagem e controle das áreas de várzea de córregos e rios urbanos reduzem o risco de inundações.

Ao lado disso, há o aumento da demanda por água, resultado do aumento populacional. Mananciais que passam por áreas densamente povoadas correm o risco de contaminação, de onde vem a importância de reduzir esse risco. A preservação de parques e orlas fluviais, a vegetação ao longo dos rios e córregos, também protege as águas e diminui as chances de ocorrer uma inundação.

Áreas verdes urbanas: Essa área contempla a gestão de parques e áreas verdes e as áreas de proteção permanente. As Áreas de Preservação Permanente foram instituídas pelo Código Florestal de 1965, e são definidas como áreas ambientalmente frágeis e vulneráveis, podendo ser públicas ou privadas, urbanas ou rurais, cobertas ou não por vegetação nativa. Dentro das cidades, a proteção dessas áreas e de parques e áreas verdes em geral contribuiu para o equilíbrio das temperaturas, funcionando como um antídoto para os chamados "bolsões de calor", contribuem para manutenção da permeabilidade do solo, o que previne contra inundações e enxurradas, e ainda cumpre funções ambientais e educativas junto a população.

Qualidade do ar: O Plano Nacional de Qualidade do Ar, criado em 2009, estabelece os padrões para as cidades brasileiras nesse quesito. Fazem parte dele padrões de qualidade do ar, controle de emissões veiculares e definições de poluentes atmosféricos.

O controle de emissões veiculares é definido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). Já os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos pelo CONAMA em 1990, e define as concentrações máximas de poluentes que podem estar presentes na atmosfera sem causar dano à vida humana e animal.

Cuidado dos resíduos sólidos: O trabalho com os resíduos sólidos comuns diz respeito, sobretudo, à reciclagem. O plano tem diretrizes para o trabalho de catadores de material reciclável, coleta seletiva e logística reversa. A Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, mais recentes, têm ainda mais detalhes sobre a questão do lixo nas cidades.