Você mora em condomínio? Então, fique atento com os gastos de água registrados no seu edifício. Segundo a Sabesp, empresa de abastecimento de São Paulo, 24% dos condomínios não conseguiram poupar nos últimos três meses em relação à população que até o momento atingiu boas metas de economia no período.

Uma das razões que justificam o desperdício é a conta de água conjunta. Na Grande São Paulo, 85% dos 32 mil condomínios não têm cobrança individualizada. O custo acaba sendo dividido entre todos os moradores. Muitos síndicos afirmam que já fizeram vários apelos, por diversos meios: afixar cartazes, enviar e-mails e conversar pessoalmente, etc. Nada disso tem dado muito resultado.

Para quem não sabe, existe um projeto de lei, aprovado em 2008 pela Câmara, que vai passar ainda pelo Senado, decretará que a água utilizada em condomínio deverá ser cobrada individualmente e não numa única conta. Se aprovado, essa lei passará a vigorar em todo o país. De qualquer forma, essa forma de cobrança já acontece em alguns condomínios, como em Brasília (desde 2005); Porto Alegre (desde 2009) e no Rio de Janeiro (desde 2011).

Essa é uma forma de identificar quem está gastando mais água e exercer maior controle. É mais justo também, pois o morador paga apenas pelo que gasta. Se a conta vem mais alta, é preciso verificar os motivos do aumento. Uma torneira vazando, por exemplo, já altera o custo no mês.

O único complicador para os condôminos aceitarem bem a nova medida poderá ser o preço da obra necessária para fazer valer a lei. O valor varia conforme a idade e a planta do prédio. De maneira geral, em edifícios antigos é preciso desativar a tubulação velha e implantar todo um sistema novo de distribuição de água. Há condomínios que as obras duraram quase um ano e custaram R$ 3,5 mil por apartamento. Mas ainda é um custo que vale a pena a médio e longo prazo.

Enquanto isso, cuide para não desperdiçar água, pois o país vive em estado de alerta, em especial São Paulo, onde a capacidade do sistema Cantareira está registrando os níveis mais baixos da sua história. Com o abastecimento comprometido, a cidade corre o risco de ter de conviver com o racionamento no futuro.

Portanto, tome providência em relação aos vazamentos e torneiras pingando; diminua o tempo no banho; desligue a torneira para escovar os dentes; lave as roupas apenas uma vez por semana; economize água na limpeza da casa e em tudo o que puder.