Você está procurando uma casa ou apartamento, ou mesmo contratando um projeto do zero. E por mais que o imóvel agrade, nem sempre é fácil apurar se o projeto em questão é ou não de qualidade.

A verdade é que mesmo entre os arquitetos e críticos de arquitetura não existe uma única definição sobre o que faz uma boa arquitetura. E além da indefinição no campo da teoria, um fator de mercado deixa a questão um pouco mais intrincada: a moda. Um bom projeto é aquele tem varanda gourmet com churrasqueira e armários embutidos? O estilo adotado faz diferença? O que deve ser observado na hora de analisar sua qualidade? E para o morador, o que é mais importante?

Embora essa não seja uma discussão finda e ainda haja muito debate, reunimos alguns dos aspectos práticos que são unânimes na hora de se apontar as principais qualidades de um projeto arquitetônico.

Proporção: De modo geral, a proporcionalidade é o equilíbrio entre dois ou mais elementos. Isso vale tanto para a matemática quanto para as artes, de onde a arquitetura herdou o princípio. Que é um dos fundamentais para um bom projeto. “Na arquitetura o belo consiste essencialmente nas proporções: somente com a proporção e sem qualquer ornamentos um edifício pode ser belo”, afirmava o arquiteto alemão, do século 18, Johann Joachim Winckelmann.

Em um projeto, se pensa na proporcionalidade como uma equivalência numérica, onde o tamanho de determinadas partes do edifício são compatíveis com outros elementos do mesmo, ou com as medidas do edifício como um todo. E existem certas razões, resultados dessa divisão de um número sobre outro, consideradas ideais. Visualmente, isso se traduz em um projeto equilibrado. Não se tem a impressão de uma janela ser grande demais para uma porta ou em relação a outra janela, por exemplo. Boa proporção entre os elementos faz com que nada pese nem falte.

Volumetria: O volume é entendido como o conjunto dos volumes de uma construção. Altura e largura dos elementos, a forma como os espaços cheios e vazios são pensados e distribuídos, são aspectos que dizem respeito à volumetria. Ela pode ser percebida apenas em três dimensões, e não apenas observando a planta baixa. Na prática, é quando percebemos se o espaço foi ou não bem utilizado e aproveitado. Quando não existe acúmulo de elementos, nem tampouco um excesso. Aqui, novamente, vale a regra do equilíbrio.

Luminosidade: Esse fator é mais material e menos subjetivo. Saber utilizar a luminosidade natural é outro princípio fundamental. O ideal é que a luz da manhã e do entardecer possam bater em diferentes pontos do imóvel. As sombras são igualmente importantes, e garantem o resfriamento do conjunto. Portas, janelas, vazamentos e vidros são os elementos que garantem uma boa luminosidade. Para entregar isso, o arquiteto precisa conhecer bem o terreno e saber como e onde posicionar o imóvel.

Funcionalidade e conforto: É impossível deixar o usuário de lado quando se fala em qualidade arquitetônica. A prova final, resultado de todos os itens anteriores, é a experiência do morador. Um imóvel, tanto residencial quanto comercial, deve ser funcional – ou seja, permitir a boa execução de tarefas e locomoção – e confortável. Exercite o seu julgamento sensorial e dê valor às suas sensações. 

Tratamento e acabamento: Outro aspecto material, o tratamento e acabamento dos materiais arremata um bom projeto. E todos esses elementos andam juntos. Assim como não adianta ter um bom acabamento em uma obra que não obedece os princípios da proporcionalidade e da boa iluminação, esquecer da importância do acabamento pode acabar anulando todo o trabalho nas etapas anteriores da obra.

A qualidade de telhas, pisos, revestimentos, pintura, portas, maçanetas e torneiras, entre outros elementos que são implementados na parte final da obra, é fundamental para que o imóvel funcione bem, faça jus ao trabalho que vem desde o projeto e garanta o conforto do morador.