Você já tem um lugar, o dinheiro e a ideia de como a sua futura casa deverá ser. Qual o próximo passo? Antes de contratar a mão de obra, comprar os materiais e erguer os alicerces – ou começar o quebra-quebra, no caso de uma reforma –, é preciso que um arquiteto desenvolva o projeto do novo imóvel. Mais do que uma planta, o projeto inclui todos os detalhes do desenvolvimento da obra, até a sua finalização. Um projeto bem feito – e se possível também acompanhado por um profissional na sua realização – afasta o risco de improvisos, erros e desperdício de material, garantindo que obra e produto final também tenham qualidade.

Esse projeto custa dinheiro e deve ser incluído no custo total da obra. Arquiteto e cliente podem optar em conjunto pelo sistema de cobrança mais adequado para cada caso. O valor do projeto pode ser calculado com base no valor total da obra, do tamanho da construção ou mesmo da quantidade de tempo que o profissional levou no projeto.

O que faz parte do projeto? – No caso de uma casa erguida do zero, o arquiteto pode começar a trabalhar na própria escolha de um terreno. Nessa etapa, ele analisa as condições físicas do terreno, como características do solo, insolação e ventos. Se a obra for uma reforma, sua avaliação sobre as condições da construção ajudam a delinear o que é ou não possível fazer.

Escolhido o local, as duas partes se sentam para determinar como será o projeto. É a hora em que são definidos medidas de cômodos, entradas, equipamentos e detalhes da construção. Os materiais utilizados também são definidos aqui, por isso é importante pensar e repensar antes de fechar o projeto. Fazer alterações nessa fase é bem menos trabalhoso do que mudar de ideia no meio da obra, o que acarreta mais custos e atraso no cronograma. Terminado tudo, o arquiteto entrega a planta – que pode ser simples ou decorada ou 3 dimensões – e o detalhamento do projeto.

Alguns profissionais param por aí, mas também é possível estender seus serviços pelas etapas posteriores da obra. O acompanhamento do arquiteto pode ser simples, com visitas semanais ou quinzenais para fiscalizar a execução do projeto, orientar quem está construindo e produzir relatórios para o cliente, informando o andamento do trabalho. Também é possível fazer o gerenciamento da obra, que envolve contratação de mão de obra, compra de materiais e controle do cronograma e das finanças da obra.

Como o projeto é cobrado? – Existe mais de uma maneira de se calcular o custo de um projeto. Os mais comuns são pela porcentagem do custo total da obra, quantidade de m² projetados e quantidade de horas trabalhadas.

No primeiro, é estimado o valor do imóvel e do custo por metro quadrado da obra. O valor destinado ao arquiteto varia entre 5% e 10% desse número, sendo que em obras menores a porcentagem tende a ser maior. Essa forma de cobrança é recomendada por órgãos como o IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) e ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura).

A cobrança por metro quadrado e por quantidade de horas de trabalho são calculadas de acordo com tabelas específicas, publicadas em jornais e veículos especializados. Nessas formas de cálculo não entra o quanto se gastou efetivamente na obra. No primeiro caso, a desvantagem para o cliente é que nem sempre um projeto maior exigiu mais do arquiteto. Já a cobrança baseada na quantidade de horas de trabalho também ficam de fora o tamanho do imóvel e seu custo, e o arquiteto entrega para o cliente o valor do projeto em si, incluindo custos adicionais e impostos. Para saber se o valor apresentado pelo profissional é razoável, vale estimar quanto o projeto custaria se cobrado de outra maneira e verificar se os valores estão mais ou menos na mesma faixa.

O trabalho de fiscalização e relatórios de acompanhamento, o chamado envolvimento total, são cobrados à parte, no modelo de horas trabalhadas.