A proposta é tentadora: imóveis de qualidade, em bom estado, até 20% mais baratos do que o mercado. Os leilões de imóveis podem representar uma carta na manga para quem está em busca de uma casa ou apartamento.

Mas é preciso alguns cuidados para aproveitar a oportunidade e não cair em uma cilada. O principal diz respeito ao estado do imóvel e à necessidade da pesquisa feita antes do arremate. Ir ao pregão “às cegas”, com poucos conhecimentos sobre o imóvel que se irá comprar, é a principal fonte de frustração nesse tipo de negócio. Saiba o que fazer para que esse não seja o seu caso.

Visite o imóvel e leia o edital – Na maioria das vezes, os imóveis que vão a leilão são originados de ações de execução ou foram tomados por instituições financeiras por falta de pagamento. Por isso, o imóvel pode ou não estar ocupado, precisar de reformas ou ter dívidas. Além disso, eles são entregues ao novo dono no estado que foram descocupados e entregues para leilão: prontos para morar ou necessitando de ajustes.

É por isso que conhecer pessoalmente o imóvel que se pretende comprar é fundamental. Visite o que te interesse e peça à empresa organizadora do leilão informações como idade, existência de dívidas e documentação. Dívidas de IPTU, luz, água e condomínio são vinculadas à matrícula do imóvel e passam para o comprador. Descubra se é um imóvel que realmente vale a pena ser comprado.

Atenção também ao edital do leilão. Nele estão presentes informações como condições do imóvel, organizadora, valor de avaliação. Algumas vezes também consta se o bem tem ou não inquilinos. Imóveis com moradores precisam ser desocupados judicialmente, o que pode implica um custo a mais, por conta do comprador, e levar semanas ou meses.

Consulte especialistas – Advogados especializados em mercado imobiliário ou leiloeiros experientes podem ter dicas valiosas e uma assistência extra na hora do leilão. Quem se sentir perdido pode consultá-los.

Calcule bem o seu lance – A ideia do leilão é comprar um imóvel por um preço abaixo do mercado. Mas isso não significa que a compra saia de graça, ou que tenha poucos custos. É preciso equacionar esses fatores quando for calcular o preço do seu lance.

Leve em conta o preço de mercado do imóvel, o preço do imóvel em si e os custos com cartório, reformas, com o ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) e a comissão do leiloeiro, que é paga na hora do arremate. Lembre-se ainda que quanto maior for a procura pelo imóvel, mais altos serão os lances. Tenha uma margem entre o lance mínimo e o máximo que pretende dar – e não extrapole esse limite.

Por fim, lembre-se que não é simples e nem grátis desfazer um negócio fechado em leilão. De acordo com o Decreto Lei 21.981/32, a compra só pode ser desfeita sob multa de 20% do valor do arremate.