Não é sempre que a máxima “onde cabem um cabem dois” corresponde à verdade, mas na arquitetura ela pode ser bastante real. É o que acontece com as casas geminadas, conhecidas pela economia de espaço – em um lote onde caberia uma casa bem no meio são construídas duas – e racionalidade da construção. Para o morador, tradicionalmente, a proximidade entre as casas pode representar problemas. A boa notícia é que, com a evolução das técnicas construtivas e do mercado, boa parte desses incômodos ficou no passado.

As casas geminadas são populares há décadas, e fazem parte da paisagem de muitos bairros de classe média e média-baixa. Nesse tipo de construção, as casas têm plantas baixas rebatidas e usam uma mesma parede como divisória. Para o construtor, a economia se dá porque muitas estruturas de piso e teto são as mesmas, o espaço disponível é utilizado de maneira mais racional, sem desperdício na forma de vazios. Já o morador pode se deparar com barulho do vizinho e, devido às paredes irmãs, problemas como infiltrações e falta de iluminação e ventilação.

Nos últimos anos, porém, o modelo tem se democratizado e aperfeiçoado. Além de programas habitacionais, onde a casa geminada aparece como uma alternativa mais barata, o modelo tem aparecido em bairros e condomínios de alto padrão de grandes cidades, em razão da escalada dos preços dos terrenos. Com isso, e em razão de melhores técnicas construtivas disponíveis atualmente, alguns dos antigos problemas característicos das casas geminadas já não são mais tão comuns, e nem o destino de quem resolve morar em uma delas.

O desenho arquitetônico pode compensar a parede lateral sem janelas, melhorando a entrada de luz natural. Já os problemas relativos ao barulho podem ser amenizados com paredes duplas e mantas de isolamento termo acústico. Essa solução também pode ser aplicada em casas geminadas mais antigas, desde que os dois vizinhos façam o procedimento.

Detalhes relativos ao tamanho mínimo do terreno em que podem ser construído casas geminadas e outras medidas devem ser consultados nos Códigos de Obras e Posturas municipais. Algumas cidades possuem mais regras para esse tipo de construção.