Infelizmente, para muitos brasileiros, a quitação de dívidas ainda parece ser uma realidade distante. Como as contas se acumulam e os juros cobrados são altos, fica cada vez mais difícil pagar o que deve.

Segundo dados da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), a taxa mensal médias dos cartões de crédito gira em torno dos 11,83% ao mês. Os juros do cheque especial estão em 11,93% a. m, o que representa um dos maiores patamares já alcançados.

?

Consumidores desconhecem as taxas das dívidas

Os números alarmantes seriam suficientes para que o consumidor brasileiro tivesse maior cautela na escolha pelo recurso de empréstimo. Porém, não é isso o que acontece de acordo com pesquisa divulgada, no ano passado, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O estudo apontou que 59% dos consumidores desconhecem as taxas que são cobradas pelas operadoras de cartão de crédito, em caso de atraso no pagamento. A pesquisa mostrou ainda que, para 90% dos brasileiros, o uso de cartão de crédito impõe riscos à vida financeira.

Problema maior está nos juros

O maior problema de quem possui dívida são os juros. O atraso no pagamento incorre em altas taxas, fazendo com que a quitação de dívidas se torne ainda mais distante. É o efeito chamado “bola de neve”, pelo qual muitos consumidores já sofrem.

Há quem esteja endividado com diversas fontes e há quem possua apenas uma conta pendente. Nos dois tipos de situação, os especialistas recomendam tentar a negociação de dívida e buscar um crédito barato.

Essa é a opinião do mestre em finanças e docente da FIPECAFI, Rafael Sasso. “O indivíduo que se encontra endividado precisa focar em encontrar uma alternativa a juros mais baixos”, afirma.

De acordo com Sasso, é mais fácil e econômico fazer a troca da dívida. “Essa ação, conhecida como reestruturação de dívida, torna-se ainda mais importante quando há um acúmulo de dívidas, já que concentrar todas em uma só faz com que o gasto com juros seja expressivamente menor”, afirma.

Melhor alternativa para quitar as dívidas

Uma modalidade de crédito cada vez mais utilizada para quitar as dívidas é o empréstimo com garantia em imóvel. Por meio dela, o cliente coloca uma espécie de caução — nesse caso, a propriedade — sobre o dinheiro tomado.

Em função dessa garantia, as instituições financeiras correm menos risco de calote. Isso se reflete na taxa cobrada pela liberação de crédito e na quantia ofertada. Para quem não sabe como sair das dívidas, essa pode ser a melhor alternativa.

Por meio do refinanciamento, é possível levantar até 60% do valor do imóvel. O prazo para quitação é de até 20 anos. Para efeito de comparação, os empréstimos pessoais costumam oferecer, no máximo, 5 anos para o pagamento.

As taxas também são bem diferentes. Os juros do empréstimo são de 4% a.m, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC). Já o percentual cobrado no refinanciamento é de 1,3% a.m, portanto, menos da metade do outro crédito.

A ideia de fazer mais uma dívida pode assustar. Porém, essa estratégia não tem como objetivo tornar o empréstimo mais uma parcela e, sim, a única no orçamento do solicitante.

Exemplo de empréstimo com imóvel em garantia

Um indivíduo de 40 anos, que possui um imóvel avaliado em R$ 500 mil reais, consegue levantar com o refinanciamento até 60% desse valor. Caso ele solicite R$ 100 mil, é necessário que comprove uma renda de cerca de R$ 5 mil. A prestação pós-fixada para essa solicitação ficaria em torno de R$ 1.615.

O planejamento financeiro de quem deseja contratar esse tipo de crédito deve ser minucioso, já que o risco da operação é maior do que em negócios similares. Isso significa, por exemplo, não comprometer mais do que 30% da renda mensal disponível com o pagamento das parcelas.

Comprovação de renda

Sabendo que o imóvel será dado como garantia, muitas vezes, o solicitante do empréstimo não se preocupa com a comprovação de renda. Mas isso pode ser um enorme equívoco.

Mesmo com a garantia, as instituições exigem a comprovação de renda. Afinal, a intenção do banco não é tomar o imóvel, mas o pagamento do produto disponibilizado. É isso que explica a analista financeira especializada em empréstimo com garantia em imóvel, Larissa Ozório.

“Para o banco, a alienação do imóvel não basta para a liberação de crédito, é preciso checar a capacidade de pagamento do solicitante por crédito. Portanto é imprescindível que se consiga comprovar a renda para o valor solicitado”, esclarece a especialista.

Buscando refinanciamento imobiliário para a quitação de dívidas? A Melhortaxa compara as taxas das maiores instituições financeiras do país e apresenta as melhores propostas para você. Faça já uma simulação e organize o seu orçamento!