Todo país controla a troca cambial entre a moeda nacional e estrangeira de alguma forma. No Brasil, um dos sistemas responsáveis por isso é o câmbio flutuante, desenvolvido e controlado pelo Banco Central. Via de regra, a taxa varia de acordo com a oferta e a demanda tanto das importações quanto das exportações. 

Em teoria, o câmbio flutuante contribui para uma maior autonomia da moeda nacional, permitindo que a economia do país funcione segundo as regras impostas pelo restante do mundo. Na prática, porém, nem sempre é isso que acontece.

Quando o dólar sobe, por exemplo, é comum que os órgãos responsáveis interfiram sobre a economia. Entender como funciona a taxa de câmbio flutuante é importante para compreender aspectos que influenciam o setor econômico. Confira os detalhes.

O que é o câmbio flutuante?

O câmbio flutuante contribui para tomadas de decisão mais assertivas sobre preços de serviços e produtos, além de influenciar diretamente a inflação. Esse modelo cambial reflete em maior autonomia para o mercado, o que significa dar liberdade para a moeda flutuar conforme o momento da economia.

Na cultura da oferta e da demanda, os preços são pautados da seguinte forma: quanto mais indivíduos estão dispostos a comprar, maior será o valor. O contrário também acontece. Dessa forma, os preços caem quando há pouca procura. 

Entretanto, quando há uma oscilação muito grande, em casos de disparada do dólar, por exemplo, é necessário que o governo faça pequenas intervenções para manter a moeda nacional valorizada. A chamada flutuação suja é acionada diretamente pelo Banco Central, responsável pelo controle da moeda no Brasil. 

Qual é a diferença entre câmbio flutuante e fixo?

Como o próprio nome sugere, o câmbio fixo funciona na contramão do flutuante: ele é utilizado para controlar a variação cambial sem que a moeda trabalhe de forma autônoma. Ou seja, há intervenção direta do governo para controlar as oscilações causadas pela economia.

câmbio flutuante

A última vez que esse regime foi utilizado por um governo brasileiro foi no ano de 1994, após a implementação do Plano Real. Desde então, todos os governos utilizam o câmbio flutuante para controlar a inflação e definir preços perante os mercados estrangeiros. 

No caso do câmbio fixo, o Banco Central injeta dinheiro para comprar e vender o real brasileiro até que a própria moeda seja equivalente ao restante do mundo, evitando que a taxa flutue com as variações do mercado.

Como o câmbio flutuante age na economia?

Agora que você já entendeu o que é o regime de câmbio flutuante, fica mais fácil compreender como ele funciona na prática. Assim como os preços dos produtos essenciais variam em conformidade com as necessidades de consumo, isso também acontece no mercado cambial.

Nesse caso, as moedas menos procuradas valem menos, enquanto as mais procuradas valem mais, o que acaba forçando o comprador a pagar um valor mais alto para comprá-las. Com o regime flutuante, o mercado permite que a negociação ocorra livremente, sem interferência externa. 

Fatores que influenciam o câmbio flutuante

Com o câmbio flutuante, a moeda do país passa a valer o que os compradores estrangeiros se dispõem a pagar. No Brasil, dependendo de como se encontra a política vigente, os investidores podem ou não injetar dinheiro na economia. A cotação das moedas varia conforme:

  • taxas de inflação;
  • taxas de importação e exportação;
  • políticas monetárias;
  • investimentos estrangeiros;
  • medidas governamentais;
  • espectro político em vigência;
  • crises sanitárias e pandêmicas.

Em tempos de incertezas, esse pode ser um mau presságio para a economia: é o que acontece com a alta do dólar, por exemplo. Entender como o regime cambial brasileiro funciona é importante para definir um planejamento acerca dos melhores investimentos, além de estratégias de gastos e outros projetos. 

O câmbio flutuante também influencia diretamente o mercado imobiliário. Quando há um menor poder de compra por parte dos cidadãos, os imóveis tendem a gerar maior prejuízo na hora da venda. Isso também acontece em tempos de economia aquecida, gerando maior valorização.