Você sabe o que é inflação? Esse termo se tornou muito comum nas conversas do dia a dia e afeta diretamente nossa vida. Ela já foi uma grande vilã da economia brasileira no passado, chegou a ser domada por muitos anos, mas voltou à baila e faz as contas no final do mês ficarem mais difíceis de fechar.

A inflação funciona como um indicador de como os preços dos produtos e dos serviços variam, podendo afetar até os investimentos. O cálculo que gera a taxa de inflação envolve diversos fatores, por isso é importante entender os índices econômicos atrelados a esse aumento. Porém, o que é inflação?

Conceito de inflação 

Em linhas gerais, é quando há uma alta generalizada dos preços. Esse evento é considerado natural em qualquer economia, já que tende a se regular pela lei da oferta e da demanda. Isso significa que, se mais pessoas comprarem determinado produto, mais caro ele ficará.

Se pararmos para analisar amplamente, a inflação hoje indica que o consumidor com mais dinheiro para gastar passa a consumir mais bens e serviços; devido a isso, os preços sobem. A situação não é a mesma em casos de deflação, que representa justamente o contrário e pode levar o país a uma recessão.

Como a inflação é calculada?

O índice de inflação considera a variação dos preços dos produtos dentro de um determinado período de tempo. Os institutos de pesquisa (falaremos deles mais a seguir) têm uma “cesta” de produtos cujos preços são monitorados periodicamente. É a variação desses preços que mostra se houve ou não inflação.

Assim, se a inflação ficou em 2% em um mês, isso não significa que os preços de todos os produtos subiram 2%, e sim que a média das variações dos valores ficou em 2%. Nessa conta, há produtos que podem ter subido 5%, 6%, assim como outros que caíram 2% ou, 3%. Assim, na média, a diferença ficou em 2%.

Os índices de inflação — assunto do próximo tópico — são muito importantes para que o governo possa desenvolver políticas públicas e fiscais para regulá-la. Uma inflação alta indica que os produtos estão mais caros e as famílias têm dificuldades para adquiri-los – e isso afeta toda a economia.

Quais são os índices brasileiros?

Existem diversos índices atrelados ao cálculo da inflação e que devem ser levados em consideração. Cada um deles estuda um determinado conjunto de produtos e serviços, mostrando tendências de públicos específicos. Vamos ver alguns deles.

Homem fazendo uma pilha de moedas em ordem crescente.

IPCA

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado mensalmente de acordo com uma média estimada de custo de famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos. Nessa conta, entram as despesas essenciais: produtos da cesta básica, gastos com aluguel, educação, lazer, etc.

Por ser medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é considerado o índice oficial de inflação do país. O governo estabelece metas anuais de inflação e toma providências para que os preços não subam mais do que o que foi estabelecido.

É com base no IPCA que o Banco Central determina a Selic, a taxa básica de juros do Brasil. Os bancos usam essa taxa para calcular o custo de empréstimos, bem como os rendimentos de investimentos — como fundos DI, Tesouro Direto e CDB, por exemplo.

INPC

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também é calculado pelo IBGE e considera famílias de baixa renda, que ganham de um a cinco salários mínimos. Gastos com alimentação, transportes e habitação, por serem essenciais, têm um peso maior na renda dessas pessoas, e a inflação as afeta de forma mais intensa.

IGP-M

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é medido pela Fundação Getúlio Vargas e considera a variação dos preços de matérias-primas da indústria, agricultura, materiais de construção, bens e serviços. Esse índice é utilizado, por exemplo, na hora de reajustar contratos de aluguéis residenciais e comerciais.

Como ela afeta o crédito e os preços? 

De maneira simples e direta, podemos afirmar que a inflação faz com que o dinheiro perca valor, já que a cédula — no nosso caso, o real — não acompanha a alta dos preços ofertados. 

A inflação afeta diretamente o poder de compra e de consumo da população, o que pode gerar uma bola de neve na economia. Se deixarmos de comprar determinado alimento por conta da alta dos preços, o produtor rural passa a sentir o impacto no bolso, e a economia brasileira, consequentemente, entra em colapso.

Para se ter uma ideia de como a cédula brasileira perdeu valor ao longo do tempo, pense em como uma nota de R$ 100 era utilizada na década de 1990 e quanto ela vale hoje. Desde 1994, a inflação acumulada já sofreu um aumento de mais de 650%, fazendo com que a nossa moeda perdesse valor ao longo dos anos.

Mercado financeiro

Inflação mais alta, no mercado financeiro, prejudica bastante o acesso ao crédito. Como a Selic é influenciada diretamente por ela, uma taxa mais alta encarece os empréstimos e financiamentos.

Por outro lado, grande parte dos investimentos está atrelada à inflação, como é o caso do Tesouro IPCA+, dos títulos de crédito privado, dos fundos imobiliários e das ações. Ou seja, um IPCA mais alto indica mais rendimentos.

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