Desde de que foi anunciado, em 2007, que o Brasil sediaria a Copa do Mundo, o mercado imobiliário vive agitado. Os investimentos em infraestrutura, principalmente nas cidades-sede, impulsionaram as incorporadoras a ampliar os seus lançamentos no país. Só em novembro do ano passado, 4.997 imóveis residenciais foram lançados, segundo a Empresa Brasileira de Estudos (Embraesp). A expectativa dos incorporadores é vender mais do que de costume no primeiro semestre de 2014.

O diretor-executivo da incorporadora YouInc, Eduardo Muzkat,  espera atingir R$ 800 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) até o final do ano. Ele não acredita que a Copa do Mundo e as eleições de 2014 mudarão o comportamento dos compradores. “No médio prazo, a procura continua boa, porque a base da nossa demanda é demográfica no Brasil: a maior parte da nossa população está na faixa etária com maior probabilidade de exercer atividades econômicas”, conclui.

Muitas promoções de vendas de imóveis já iniciadas em 2013 vão ganhar novo fôlego de abril a maio deste ano, para aproveitar ao máximo o período que antecede a Copa do Mundo (12 de junho) e as eleições, marcadas para outubro.

Os preços dos imóveis em 2014 vão variar de acordo com o estoque em relação à demanda, como em Manaus, que apresenta um estoque três vezes maior que a demanda e Salvador 2,7. Em São Paulo, a alta de preços terá relação com o novo Plano Diretor Estratégico, que definirá novos patamares de outorga onerosa; o aumento no preço dos lançamentos também deverá acontecer no Rio de Janeiro pela escassez de áreas para novas construções.

Para o vice-presidente de economia do Sindicato da Construção (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, haverá altas acima da inflação nas regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo. “O aumento deve acompanhar a rentabilidade de salários”, afirmou.