2015 é um ano a ser esquecido para muito setores da economia brasileira, especialmente para o mercado imobiliário, que viu os lançamentos e as vendas recuarem em relação ao ano anterior. Contudo, para este ano de 2016, executivos do setor acreditam em uma retomada. Segundo o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Claudio Bernardes, ainda no primeiro semestre o mercado deverá ter sinalizações e caminhar para a retomada. “Sem dúvida será um ano com dificuldades, de reestruturação da produção, da estabilidade para a queda. Mas vale lembrar que o estoque ainda não acabou e há oportunidades para empresas e pessoas." 

O cenário futuro, de saída do ciclo de depressão econômica deve deixar o setor sem capacidade de produção e com estoque baixo para atender a demanda. “Isso significa aumento de preço. Por isso agora é a ocasião para quem puder escolher as melhores oportunidades” diz Bernardes.

A diretora de atendimento da consultoria imobiliária Lopes, Mirella Parpinelli, está animada com a possibilidade de novos projetos imobiliários serem colocados no mercado este ano, uma vez que no ano passado os incorporadores trabalharam com estoque.
“É um momento de adequação do mercado. Muitos projetos devem ter andamento e aprovação em 2016. Temos bons lançamentos programados para o início deste ano, que felizmente tem o carnaval terminando mais cedo (em 9 de fevereiro) e o ano ‘começando’ na segunda na quinzena de fevereiro”, diz.

Mirella lembra ainda que há projetos de nicho, com ótima localização, por exemplo. Segundo ela, o cliente que encontra esse imóvel sabe que se não comprar naquele momento não vai encontrar depois. De acordo com a executiva, no ano passado surgiu uma demanda reprimida no mercado imobiliário, que foi alimentada pelos distratos e pelos produtos de oportunidade – imóveis que cabem no bolso do cliente e que são comercializados por causa da falta de novos empreendimentos. “Existem regiões da cidade que estão sem lançamentos, mas também há grandes empreendimentos imobiliários que movem regiões e que são colocados no mercado e vendidos por fases. E este ano, devem sair novos projetos do papel.”

A diretora da Lopes ressalta ainda que o volume de lançamentos em 2015 registrou queda no comparativo com o ano de 2014. Contudo, com os grandes projetos realizados em 2015, o ano deve fechar com valor geral de vendas (VGV) somando R$ 98 bilhões. “Esperamos que 2016 seja melhor. Ainda vai ser um ano muito competitivo, por isso os produtos devem ser diferenciados. Este ano também não haverá espaço para aumento de preço.”

De acordo com o diretor geral da Brasil Brokers São Paulo, José Roberto Federighi, existe uma curva de correção no mercado imobiliário. Na opinião dele, no ano passado, em relação ao ano de 2014, tivemos uma quantidade menor na oferta de imóveis e o que veremos em 2016 é um ano de expectativas, com momentos de insegurança para compreender como estará o mercado.

Para Federighi, o cenário de 2015 foi tão difícil, que qualquer pequena melhora que ocorrer nas vendas de imóveis em 2016, poderá mudar a percepção do mercado. O diretor da Brasil Brokers ressalta que se a economia tiver expectativas de melhora, 2016 poderá ser um ano surpreendente para o mercado imobiliário. “Poderá haver alavancagem. O nosso negócio depende de tempo, uma vez que os nossos projetos são de longo prazo”, afirma Federighi.