O fluxo de pagamentos em atraso das obras de empreendimentos da Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida deverá ser regularizado na terceira etapa do programa. A afirmação foi feita por Sérgio Cançado, superintendente executivo da Caixa Econômica Federal, em debate com empresários do setor, em Belo Horizonte (MG).

Após queixas de empresários do setor em relação a atrasos nos pagamentos às construtoras envolvidas no programa, Cançado afirmou na reunião que, dentro das medidas de ajuste fiscal, foi criado um novo cronograma de pagamentos das obras. Antes, a liberação dos recursos ocorria em até dois dias após o agente do banco realizar a medição da evolução dos trabalhos nos canteiros. Agora, esse a medição passou a ser feita em 15 dias, com o pagamento liberado para as empresas aproximadamente 30 dias após.

"O recurso está sendo pago, não está inadimplente, mas num fluxo de recursos diferente. Isso exige um pouco mais de recursos e capital de giro (das construtoras). Mas a gente vê que, com certeza vai voltar ao que era, com pagamento no vencimento do contrato", afirmou Cançado. "O governo entende que isso tem um impacto muito forte para o setor", completou.

O superintendente-executivo da Caixa disse ainda que as discussões sobre a terceira etapa do programa envolvem outros ajustes, como o aumento nos valores limites dos imóveis, criação de uma nova faixa de enquadramento dos mutuários (intermediária entre a 1 e a 2), e, provavelmente, a correção nas parcelas pagas pelos mutuários. "Estão sendo discutidas nesse momento propostas para que a terceira fase venha com uma previsibilidade maior. A gente sabe que essa previsibilidade é importante para os empresários", afirmou.

Embora tenha reconhecido o efeito negativo dos atrasos nos pagamentos para o setor, o executivo defendeu o programa Minha Casa Minha Vida e ressaltou que a próxima etapa tem a meta de contratar três milhões de unidades até 2018, constituindo um nicho consistente de negócios. "Todas as empresas tem que ter os olhos voltados para este segmento, onde não tem falta de demanda, nem de recursos", argumentou.

Fonte: Piniweb