Em 2013,  o público que visitou o Salão do Imóvel de Florianópolis era composto por jovens entre 21 e 30 anos. Segundo os corretores locais, 40% dos interessados atendidos diariamente em busca da casa própria encontravam-se nessa faixa etária. Segundo o Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP), as aquisições do primeiro imóvel têm sido feitas por pessoas com cerca de 35 anos, idade expressiva entre as contratações de financiamentos. A Caixa Econômica Federal, principal instituição financeira na concessão de crédito habitacional no país, confirma que 60% dos financiamentos imobiliários registrados em Santa Catarina, no ano passado, foram realizados por clientes com menos de 35 anos.

Apesar de os jovens com cerca de 30 anos já estarem inclinados a financiar a compra da casa própria, especialistas em finanças pessoais ainda não chegaram a um consenso se isso é bom ou ruim. A conclusão é sempre a mesma, depende.

Depende se os compradores são recém-casados e pouparam para este momento; se são solteiros, bem colocados no mercado profissional, e sonham com uma independência; enfim, há muitos perfis e fatores a serem considerados. O mais certo é que ficou distante a solução de ter de se casar para adquirir liberdade, com a aquisição da casa própria, e morar sozinho.

Os financiamentos imobiliários estão muito mais acessíveis, com taxas de juros e prazos mais flexíveis, mas segundo Marcos Nascimento, Diretor de Operações da Melhortaxa – serviço gratuito que pesquisa e analisa propostas de crédito de acordo com o perfil do interessado –, “essas vantagens são bem-vindas, mas não bastam. Uma boa avaliação precisa levar em consideração o momento de vida do cliente e de outras considerações que não aparecem só com a simulação, realizada apenas para dar uma ideia da situação. É preciso ir mais fundo para se chegar numa decisão acertada”.

Em caso de deixar para mais tarde a aquisição do imóvel, o prazo para saldar a dívida é relevante; a demora prolonga ainda mais o tempo para liquidar o empréstimo. Será que vale a pena ganhar mais idade para fazer o crédito?

Vale deixar para mais tarde, se antes da casa própria, o jovem sonha em morar fora, viajar, investir na formação profissional, etc. Ou já decidiu que primeiro  vai poupar para comprar o imóvel à vista ou para dar uma entrada mais robusta numa unidade lançada na planta. Essa solução, portanto, exige disciplina; reservar todo mês de 10% a 30% do salário, para concretizar os projetos futuros.

Aliás, o ponto de concordância entre os especialistas é que a compra da casa própria seja realizada em algum momento da vida, para garantir a segurança da moradia, caso haja algum tipo de imprevisto. É sempre uma decisão acertada. Não precisa ser adquirida, necessariamente, aos 30, 35 anos, mas também não se deve deixar que a idade dificulte o acesso à moradia em função das regras estipuladas pelos bancos, como aquela que a idade do cliente, somada ao prazo de financiamento, não pode ultrapassar 80 anos e seis meses.