Para reduzir o consumo de bens e energia vale tudo, ou melhor, tem sido feito de tudo. Algumas soluções são muito curiosas. Imagine morar em casinhas, com 10 e 40 metros quadrados. Uma delas chega a 7,8 metros quadrado, construída nos Estados Unidos. Veja essa reportagem do Jornal carioca O Dia, sobre esse costume cultuado em outros países. Parece mentira, mas não é.

Parecem casas de bonecas, mas são moradias de gente de verdade. As minicasas, que costumam ter entre 10 e 40 metros quadrados, já se transformaram numa ‘filosofia de vida’ em países como os Estados Unidos. Seus habitantes querem viver de forma sustentável: com o mínimo necessário, dando um basta ao consumo desenfreado; gerando pouco lixo e com baixo gasto de energia. A moda vem crescendo tanto entre os norte-americanos que, em julho, estreia na rede de televisão A&E o reality show ‘Tiny House Nation’ (‘Nação das Microcasas’)., dos EUA,

Na internet, cada vez mais surgem sites e blogs de adeptos das minicasas, além de fabricantes, arquitetos e designers que debatem o tema. “Não é muito norte-americano, porque viver num lugar pequeno significa consumir menos”, diz Jay Shafer, 46 anos, co-fundador da Sociedade das Casas Pequenas. “Viver numa microcasa faz com que você escolha o que é preciso para ser feliz e se livre de todo o resto”, ensina o dono da Tumbleweed Tiny House Company, empresa que desenha e constrói casinhas aproveitando cada centímetro quadrado do espaço. Sua própria casa, de 27 metros quadrados. 

“A maior parte das pessoas interessadas em microcasas não tem qualquer experiência com construção”, afirmou à rede BBC Ryan Mitchell, 30 anos, dono da empresa The Tiny Life. Ele organizou, no início deste mês, a primeira Conferência de Minicasas, na cidade americana de Charlotte, na Carolina do Norte. 

Segundo ele, ‘construir pequeno’ não significa ‘construir mais fácil’. A conferência de Mitchell, numa reserva ambiental, teve ingressos esgotados. De acordo com uma das palestrantes, Dee Williams, 51, muito mudou desde que ela construiu sua casa de 7,8 metros quadrados, em 2004, e criou a companhia Portland Alternative Dwellings, que oferece consultoria sobre o assunto.

Na época, ela estudou em livros de construção e pediu conselhos a carpinteiros, além de ter procurado nos classificados anúncios de madeira recuperada e claraboias, que ajudam a aproveitar mais a luz natural. De lá para cá, várias fontes de consulta sobre casas pequenas surgiram, especialmente, plantas e guias de construção na internet, além de numerosos vídeos no YouTube, com instruções sobre praticamente tudo, desde a instalação da fiação elétrica ao corte de vigas.

TIMIDEZ NO BRASIL 
No Brasil, o movimento é tímido. Segundo a arquiteta Sharise Gulin, o motivo é cultural, já que é sinal de status ter um casarão. “As pessoas esquecem que um bom design, aplicado adequadamente em espaços pequenos, pode ser um luxo”, disse Sharise à Gazeta do Povo, de Curitiba, no Paraná, onde fica uma das poucas empresas com projetos na área. A Delta Containers fornece contêineres para uso residencial. Uma de suas clientes, a instrutora de pilates Domicela Stanczyk, vive num espaço de 30 metros quadrados, com quarto com cama de casal, banheiro, sala e cozinha. “Meu espaço é extremamente funcional. Tenho tudo o que preciso”, disse à Gazeta.

Fonte: O Dia/Rio