Quando vamos construir algo ou procuramos um imóvel para alugar ou comprar, aparece a informação “área construída”. O termo causa várias dúvidas e confusões, pois não sabemos se é considerada apenas a área com alguma construção em cima, se os andares entram na conta ou se é a área total do terreno.

Por isso, vamos por partes. O que é área construída? Basicamente é tudo que está sob um teto e passou por alguma intervenção. E isso considera até a espessura das paredes. Exemplo: se uma sala tem 20 m2, e a espessura dos blocos que compõem a parede é de 15 cm, eles também entram no cálculo.

Há uma diferença entre os conceitos de área construída e área útil. No segundo caso, não são contadas as espessuras dos blocos de concreto, mas sim o espaço construído, do piso. A área útil também é conhecida como “área de vassoura”, já que é por onde ela passa — assim como as pessoas.

Como ela é calculada?

Embora o ideal seja contar com a consultoria de um engenheiro, arquiteto ou corretor de imóveis, dá para fazer um cálculo aproximado para saber como calcular a área construída. Assim, ao ver uma casa pela primeira vez, é possível ter uma ideia.

É importante fazer essa conta para calcular o valor do metro quadrado do imóvel. Um método simples é medir o comprimento de duas das paredes e multiplicar os valores. Por exemplo, se uma delas tem 4 m e a outra, 3 m, isso significa que são 12 m2 de área construída. Porém, isso só funciona se o cômodo for quadrado ou retangular. 

E como calcular a área construída de um imóvel? Basta repetir esse processo nos outros cômodos e fazer a soma. Aqui contam áreas que sejam cobertas mas não cercadas por paredes, como garagens. Se é uma casa com dois andares, a soma considera também a área do andar superior.

Particularidades da área construída

Há algumas diferenças na hora de fazer o cálculo da área construída. Até agora falamos de edificações já existentes. No caso das que estão em construção, como calcular a área construída de uma planta? Aqui estamos falando de apartamentos, prédios inteiros ou casas.

Via de regra, o cálculo é o mesmo para as edificações já prontas; ou seja, são consideradas todas as áreas cobertas, com garagem e até a cobertura, se for um prédio. Essa conta é importante para que as prefeituras possam fazer a cobrança do IPTU, que se baseia na área construída. Mas há alguns detalhes.

Pergolados e coberturas de policarbonato

Há alguns detalhes que devem ser vistos com atenção dependendo da cidade do imóvel. Sendo assim, o pergolado conta como área construída se essa informação estiver na legislação municipal. Porém, em outros casos o pergolado não entra na conta, por ser considerado área descoberta.

A mesma regra vale para alguns tipos de cobertura. A cobertura de policarbonato conta como área construída se ela constar na lei da cidade que rege o IPTU. Seguindo o mesmo exemplo do pergolado, geralmente ela não é considerada área construída, por ficar em área externa.

Outros casos especiais

O pé-direito duplo não entra como acréscimo à área construída; nesse caso, o que vai contar é a cobertura. Mas isso pode variar no caso dos mezaninos. Há prefeituras que os consideram área construída a partir da altura do pé-direito. Portanto, vale ver com a administração municipal como funciona.

O beiral, ou beirada, é aquela parte do telhado que fica fora das paredes e costuma proteger uma parte da casa nos dias de chuva, por exemplo. Ele pode variar no comprimento, e a parte abaixo dele pode ser considerada área construída se o beiral for maior que os limites estabelecidos pela prefeitura. 

Uma variação do beiral é a sacada. A diferença é que a sacada fica nos andares superiores e costuma aparecer em sobrados. No caso de sobrados, pode ser consideradas área construída se a cobertura for além dos limites impostos para os beirais.